sábado, 1 de abril de 2006

Galpaneleiragem

Uma pessoa vira costas um segundo do país e acontecem coisas mirabolantes. Ora a bela da Galp, já não lhe bastava pôr loiras boas (de saltos altos?) a carregar garrafas de gás e de repente deu-lhe para chamar paneleiros aos que não sejam os primeiros. Paneleiros? Sim, paneleiros. No "novo hino da Galp Energia de apoio à nossa selecção "Porque não pedir o Mundo ?"

Do blog cacaocino da Sara saquei (sem qualquer autorização e apenas com este agradecimento) isto:

Através de um comunicado de imprensa do PortugalGay tomei conhecimento da recente versão do hino da GALP, cantada por Demo e Júnior, com música de Manuel Faria e Nuno Tempero e letra de Pedro Bidarra, Nuno Jerónimo e Marco Pacheco. O anúncio de televisão conta com Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo e Hélder Postiga.

"É o retrato de um país aplicado ao futebol.
Tem tudo o que é preciso, só perde por ser mole.
Toca a acordar, pessoal!
Queremos mais garra,
deixar de ficar felizes quando a bola vai à barra.
Vamos com tudo, meter o pé, chutar primeiro,
Que o último a chegar é panel****."


Panel****? O último a chegar aonde? O país perde por ser mole? Panel****? Mas andarão a snifar gasóleo a mais?

No blog fica-se ainda a saber que a Sara contestou o hino da Galp e recebeu resposta, tal como terá ocorrido com outros reclamantes:

A letra recorre exclusivamente ao humor, utilizando, em muitas passagens, a linguagem que é utilizada hoje em dia no jargão do hip-hop e do futebol. Sublinhe-se que o termo que gerou alguma contestação não aparece de forma explícita em nenhum local do texto.

(...)

Face às reacções que o texto provocou, a Galp Energia decidiu remover na totalidade a referência em causa, de todos os materiais que serão produzidos a partir de hoje.


Humor, jargão do hip-hop e do futebol e o termo não aparece de forma explícita no texto. Alguém anda mesmo a snifar o diesel e a perder neurónios gratuitamente. Mas a quem entregou a Galp a responsabilidade de autorizar isto? A quem passa na cabeça que a melhor musa são as claques e palavras e palavrões-chave destas. Para mais, numa altura em que as instituições oficiais do futebol procuram limpar-se de tais merdas?

Lá fui ver ao site da Galp como estava a poesia himnástica, - que, acrescente-se, é abaixo de cão e só me admira que não tenha concorrido ao festival rtp- e estava assim, agora mesmo:

Vamos com tudo, meter o pé, chutar primeiro,
Que o último a chegar é ...


Portanto, o é panel**** mudou para é ....

É extraordinário, não? A propósito, o dicionário texto editora diz-me que paneleiro é "vulg., pederasta; homossexual."

Muito curioso também, a Galpa apelida toda a sua promoção investida no futebol de Futebol Positivo, Campanhas Positivas a Galp Energia e o Futebol Positivo.

Ora toma:


Ficar em segundo? Nem morto!
Ganhar ou perder é desporto? 'Tá bem abelha!
Venha a Alemanha, o Brasil ou a Argentina
com cabelos de menina e cara de lobo mau,
se calham a apanhar-nos pela frente e viram as costas à gente… TAU!


Por incrível que pareça, isto também faz parte da dita canção. A questão é tão óbvia e idiota que só pede cabeças. Quem autorizou que tão estúpida letra fosse a imagem da Galp? Quem? Ora se eu fosse a Galp já tinha uma (pelo menos) rescisão de contrato preparada. O incapaz que autorizou esta barbaridade, se o deixam prosseguir a carreira, é capaz de tomar o gosto e continuar a ofender a clientela. Entretanto, deixa-me ir ali à BP e já volto.

3 comentários:

Anónimo disse...

Muito obrigado pelo alerta!
Só volto a por combustivel na Galp quando se desculparem acabando com os self-service e contratando rapazes em calções para encherem os depositos.
Até lá vou à Repsol que sempre patrocinam equipas de motos :)

carlopod disse...

Por mim, vou já torcer para ficarmos em último para ver essa gente mamar a palavra.
Nunca percebi que razões me podiam levar a mim ou a qualquer outra criatura a torcer para uma equipa de futebol ganhar a outra, que não fosse alguma manifestacão mesquinha de ufanismo regionalista ou nacionalista. Não é pois de admirar que os xenófobos, neonazis e homofóbicos estejam lá todos caidinhos no seu ambiente natural.

Anónimo disse...

A revolta da paneleiragem...